Não podemos nos ater no jogo apenas. Foram 80 anos de espera pelos africanos por um mundial em seu continente e a hora chegou. O dia da estréia em que a Seleção da África do Sul, comandada por ninguém menos que Carlos Alberto Parreira, enfretou os Mexicanos, que desta vez disseram que não viriam para perder.
No primeiro tempo tivemos a seleção mexicana melhor em campo. No segundo, aí sim a história mudou. Com um chute açucarado de Tshabalala, foi a maior alegria do primeiro dia de uma Copa do Mundo que promete ser marcada pelas celebrações e demonstrações de euforia do povo sul-africano. Aos 10 minutos do segundo tempo de jogo em um contra-ataque fulminante após o lançamento de Mphela foi assim, tomado por exageros e 84.490 torcedores, que o estádio Soccer City explodiu de felicidade. No país inteiro, em grandes festas ao ar livre, 49 milhões vibraram junto. Só faltou a cereja no bolo dos africanos e ela só não veio pela ingenuidade da zaga africana que ao tentar a tática do impedimento, ou linha burra, o experiente beque Rafa Márquez se viu livre com a bola dentro da pequena área e botou pra dentro do gol africano o que não paralizou o coro das vuvuzelas. Ao fim do jogo, aos 44 do segundo tempo, uma bola na trave a favor dos africanos o estádio Soccer City praticamente veio abaixo.
No segundo jogo, na Cidade do Cabo, no mesmo grupo A os franceses enfrentariam a Celeste Uruguaia. E não tivemos gols. Jogo de muitas faltas e pouco futebol. Um time francês com vários problemas internos de relacionamento entre os jogadores e a já saída anunciada do técnico. Mas França é França e a Seleção Brasileira que o diga.
O time do francês Raymond Domenech mostrou-se pouco inspirado. Pelo lado uruguaio, apenas disposição e esforços isolados do atacante uruguaio Forlán, eleito o melhor em campo pela Fifa, apesar da péssima pontaria demonstrada durante a jornada. Henry entrou em campo e protagonizou novos lances polêmicos: cabeceou, impedido, com grande perigo para a meta uruguaia. No último minuto, o mesmo Henry viria a bater falta perigosa, cortada por Loco Abreu, atacante do Botafogo, que, na barreira, subiu lá no terceiro andar e evitou que houvesse gols na partida. No fim das contas, o Mundial terminou seu primeiro dia sem vencedores: no grupo A, todos têm um um ponto. Tudo está embolado. Mas a África do Sul ganhou um dia inesquecível para sua história. E motivos infinitos para soprar sua vuvuzela.
Gui Escobar, da Cidade do Cabo, para os Amigos do Massa.
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